Bastidores do Poder
🗳️ Dosimetria, 'estrangeiros' no Senado e a guerra fria entre Jorginho e Rodrigues marcam a semana em SC
⚖️ Enquanto Amin assume relatoria decisiva em Brasília, o cenário estadual ferve com a disputa antecipada pelo governo e a pressão da família Bolsonaro sobre a chapa de 2026
Santa Catarina viveu uma semana de alta voltagem política, onde as pautas de Brasília ditaram o ritmo das articulações locais. O destaque absoluto foi a aprovação do PL da Dosimetria na Câmara e a escolha estratégica de Esperidião Amin (PP) para a relatoria no Senado. A medida, que pode beneficiar diretamente os presos do 8 de janeiro (pauta sensível ao eleitorado catarinense), recoloca Amin no centro do palco e embola ainda mais o xadrez para o Senado em 2026.
Confira o termômetro da semana por cargo e partido:
🏛️ Governo do Estado: A "Guerra Fria" PL x PSD
A semana deixou claro que a disputa pelo governo em 2026 já começou e tem dois polos definidos:
- Jorginho Mello (PL): O governador segue com a caneta na mão e tenta blindar sua base. Sua estratégia na semana foi colar na pauta da segurança pública e manter a fidelidade do eleitorado bolsonarista, mas enfrenta o desconforto de ter aliados "flertando" com o adversário.
- João Rodrigues (PSD): O prefeito de Chapecó não esconde mais o jogo. A chamada "Onda João Rodrigues" ganhou corpo com movimentos para atrair insatisfeitos do União Brasil e do próprio PP. Rodrigues se coloca como o "anti-sistema" dentro da direita, criando um incômodo direto para o Centro Administrativo.
- O "Fator Topázio": O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), viveu dias de equilibrista. Aliado administrativo de Jorginho, mas partidário de Rodrigues, ele é a peça mais cobiçada (e pressionada) desse tabuleiro.
🗳️ Senado: O "Clã" vs. A "Prata da Casa"
A vaga para o Senado é o ponto de maior tensão na aliança de direita:
- Carlos Bolsonaro em SC? A semana foi marcada por rumores fortes e reações de bastidores sobre a possível transferência de domicílio eleitoral de Carlos Bolsonaro para disputar o Senado por SC. A ideia agrada o núcleo duro do PL nacional, mas gera "ciúmes" e insatisfação nas lideranças locais que aguardam na fila há anos.
- Caroline de Toni (PL) e Julia Zanatta (PL): As deputadas federais, que tiveram protagonismo na aprovação do PL da Dosimetria na Câmara, buscam capitalizar essa vitória para se cacifarem à majoritária. De Toni, em especial, é vista como nome natural, mas pode ser "atropelada" pelos planos da família Bolsonaro.
- Esperidião Amin (PP): Ao assumir a relatoria do PL que pode livrar Bolsonaro da prisão, Amin manda um recado claro: ele é útil, influente e não aceitará ser descartado facilmente na composição da chapa majoritária.
📊 Giro pelos Partidos
- 🟦 PL (Partido Liberal): Vive a "crise do crescimento". É a maior força, mas sofre com a divisão entre a ala ideológica (fiel a Bolsonaro acima de tudo) e a ala pragmática (fiel ao governo Jorginho). A votação da Dosimetria uniu a bancada momentaneamente, mas a definição de 2026 promete rachas.
- 🔶 PSD: Tenta se consolidar como a "direita de resultados". A sigla trabalha para nacionalizar o nome de João Rodrigues e atrair o MDB para compor vice, isolando o PL.
- 🟥 PT/Esquerda: A semana foi de reorganização. Com a direita dominando a pauta (anistia/dosimetria), a esquerda catarinense, liderada por nomes como Décio Lima, foca na defesa das pautas econômicas do governo Lula e tenta construir uma frente ampla para não ser "esmagada" pela polarização entre Jorginho e Rodrigues. O PCdoB já sinaliza nomes para o Legislativo, buscando garantir sobrevivência.
- ⬛ MDB: Segue sendo a "noiva" cobiçada. Com prefeitos importantes, o partido adota a tática do silêncio, esperando a briga PL x PSD decantar para vender caro seu apoio.
📊 Mais duas coisas...
♟️ Xadrez para 2026
🗳️ Esperidião Amin admite reconsiderar planos e pode disputar vaga na Câmara Federal
📉 Estratégia visa fortalecer bancada do PP e evitar "engarrafamento" na disputa ao Senado; ex-governador seria o grande "puxador de votos" da sigla
Brasília/Florianópolis – Uma movimentação estratégica começa a ganhar força nos bastidores do Progressistas (PP) em Santa Catarina. O senador Esperidião Amin, veterano da política estadual e atual relator de projetos decisivos no Congresso, sinalizou a aliados que está reconsiderando seu futuro eleitoral para 2026. A novidade é a possibilidade real de o ex-governador abrir mão da reeleição ao Senado ou de uma candidatura ao Governo do Estado para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
A manobra, tratada com cautela pela cúpula partidária, possui um objetivo pragmático: a manutenção da relevância da legenda. Com o cenário majoritário "engarrafado" — diante do avanço hegemônico do PL, da consolidação de João Rodrigues (PSD) e dos rumores sobre candidaturas nacionais buscando domicílio em SC —, Amin avalia que seu capital político poderia ser mais decisivo atuando como um "puxador de votos".
Pelo cálculo eleitoral, a votação histórica de Amin seria suficiente para garantir não apenas sua eleição, mas também arrastar outros dois ou três deputados federais pelo quociente eleitoral, garantindo ao PP catarinense uma bancada robusta e influente em Brasília. Além disso, o recuo estratégico abriria espaço na chapa majoritária para o partido negociar a vaga de vice ou o Senado em uma grande coalizão de direita, evitando um isolamento político no pleito estadual.
🏛️ Reviravolta em 2026
🚨 Confirmado: Carlos Bolsonaro renuncia no Rio e oficializa "missão" ao Senado por Santa Catarina
🗳️ Filho "02" do ex-presidente deixa a Câmara carioca após 7 mandatos e desembarca no estado para liderar a chapa bolsonarista, atropelando articulações locais
Rio de Janeiro/Florianópolis – O que era especulação de bastidor tornou-se fato consumado nesta quinta-feira (11). Em discurso emocionado na tribuna da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Carlos Bolsonaro (PL) anunciou sua renúncia ao mandato para transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina. A manobra tem um objetivo claro e declarado: a disputa por uma das duas vagas ao Senado em 2026.
"Não é uma fuga, é a continuidade de uma luta", afirmou Carlos, justificando a mudança como uma "missão maior" dada pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue preso em Brasília. A chegada do "pitbull" do clã Bolsonaro ao estado provoca um terremoto na política catarinense e deve reconfigurar as alianças da direita:
- A "Fila" foi furada: A confirmação cai como um balde de água fria nas pretensões de lideranças locais. A deputada federal Caroline de Toni (PL), que liderava a bolsa de apostas para a vaga e tem forte apoio da base ideológica, agora vê seu espaço ameaçado. Aliados de De Toni já haviam manifestado desconforto com a "importação" de candidatos, mas a ordem direta do "Capitão" tende a silenciar a dissidência pública.
- O Fator Amin: A movimentação explica a recente "reconsideração" de Esperidião Amin (PP). Com uma vaga praticamente cativa para Carlos, a disputa pela segunda cadeira vira uma guerra fratricida. Amin, ao assumir a relatoria do PL da Dosimetria (vital para o bolsonarismo), tenta garantir que não será rifado desse processo, cobrando a fatura de sua fidelidade em Brasília.
- Jorginho Mello na parede: O governador, que tenta equilibrar a gestão com a política partidária, terá a difícil missão de acomodar o filho do ex-presidente sem implodir sua base local. Publicamente, Jorginho já declarou que "se for a escolha de Bolsonaro, será a minha", mas nos bastidores, a pressão de prefeitos e deputados estaduais que esperavam uma chapa "puro sangue catarinense" é imensa.
A estratégia nacional do PL é clara: garantir foral privilegiado e uma "tropa de choque" leal no Senado a partir de 2027. Para Santa Catarina, resta saber se o eleitorado, historicamente fiel ao bolsonarismo, aceitará sem ressalvas um representante "importado" do Rio de Janeiro.
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