Cerca de 20% dos pacientes deixaram de comparecer a consultas ambulatoriais agendadas em hospitais da rede estadual de Santa Catarina em 2025. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (23) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que alerta para o impacto direto do absenteísmo nas filas de espera e na demora por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
O absenteísmo — termo usado para o não comparecimento de pacientes previamente agendados — tem se tornado um dos principais gargalos da saúde pública, segundo o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
De acordo com a SES, as faltas prejudicam a eficiência dos serviços, já que as equipes médicas ficam ociosas e as vagas não podem ser imediatamente preenchidas por outros pacientes. Isso ocorre porque os atendimentos precisam estar previamente cadastrados no Sistema de Regulação (SISREG).
“O não comparecimento compromete todo o serviço, prejudica o andamento das filas, aumenta o tempo de espera e gera custos ao Estado. É fundamental que a população colabore, não faltando aos procedimentos ou comunicando previamente o não comparecimento, para que possamos destinar a vaga a outra pessoa”, destacou Demarchi.
Hospitais com maiores índices de ausência
O Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis, referência estadual em pediatria, registrou os maiores índices de ausências não justificadas no primeiro semestre. As especialidades com mais faltas foram:
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Dermatologia: 24,08%
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Urologia: 23,38%
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Neonatologia de Alto Risco: 22,22%
Em Joinville, a Maternidade Darcy Vargas (MDV) apresentou os maiores índices de não comparecimento nas consultas de:
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Oftalmologia: 24,5%
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Neurologia Pediátrica: 21,5%
Já no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (HRHDS), também em Joinville, os maiores índices foram registrados em:
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Gastroenterologia: 27,9%
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Pneumologia: 26,5%
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Cirurgia Geral: 24,9%
A média de faltas nos ambulatórios geral e de cardiologia foi de 21,7%.
Comunicação e atualização de dados
A SES reforça que as faltas devem ser comunicadas com antecedência às unidades de saúde, permitindo que as vagas sejam disponibilizadas a outros pacientes que aguardam atendimento.
Além disso, o órgão orienta que a população mantenha seus cadastros atualizados — com telefone e endereço corretos — nas unidades básicas de saúde (UBS) e hospitais, garantindo que as equipes possam entrar em contato para confirmar consultas, exames, procedimentos ou cirurgias.
Segundo Demarchi, reduzir o absenteísmo é essencial para diminuir o tempo de espera e melhorar a eficiência do sistema público de saúde.
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